quarta-feira, 25 de junho de 2014

Sorvete de pistache.


Ele amava sorvete de pistache. Disse isso a ela em uma de suas primeiras conversas. Naquele dia, ela passou a amar sorvete de pistache, também. Eles acabaram se envolvendo, ficaram juntos, mas um dia acabou. O que não acabou, fora o sorvete de pistache. Nas noites em que seu coração enfraquecia, a saudade retornava, e a dor aumentava, ela comia sorvete de pistache. Afinal, aquele creme gelado significava reviver a história. Lembrar o quão doce era, o quão apaixonante era, e o quanto ela o amava. Sorvete de pistache havia se tornado, para ela, o que a bebida é para um alcoólatra; vício. No entanto, comer sorvete de pistache não o traria de volta, apenas a engordaria. E o temor era de ela só perceber isso quando estivesse prestes a explodir. Mas como aprendera a gostar do sorvete de pistache, deveria aprender a parar de comê-lo, questão de costume. Só assim, estaria de estômago vazio para provar novos sabores.

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