domingo, 28 de abril de 2013

Mãos à obra


Recomeçar na vida é como arrumar o quarto. Você precisa ter calma, paciência e tempo. Parece difícil, mas não é. Talvez, complicado será dizer adeus a alguns objetos; aqueles que você não usa mais, mas faz questão de guardar. Sem perceber, eles vão ocupando espaço, deixando tudo desorganizado e esteticamente feio. Ou então, aqueles "insignificantes", que não incomodam, mas também não ajudam. - Nunca sabemos o que fazer com eles. - E é claro, há os essenciais, os quais não abrimos mão. 
Se a bagunça for grande, não será possível reorganizar tudo em um dia. Mas calma, as vezes é bom ir aos poucos, não apressar nada. É conselhável, também, observar cada detalhe do espaço. Pois é possível encontrar coisas que você nem sabia que estavam lá. Ou até, as que achou que havia perdido.

sábado, 27 de abril de 2013

Na beira do rio
A jovem sentou
Lembrou-se da vida
E nele pulou

Ó dor
Ó medo
Vão embora

Negrume que tomaste meu corpo
Afasta-te daqui
Dolentes cicatrizes
Tiradas de mim
Não houvera mais dor
Pois fora meu fim

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Felicidade


Estou correndo
Fugindo
Mas não estou em perigo
Sou abraçada
Descanso para observar
Tantos sorrisos
A praia é tão bela
O sol já se põe
Como um sonho
O paraíso

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Estávamos ali, novamente. Duas pessoas, hoje desconhecidas, que um dia compartilharam algo especial.

— Eu sinto sua falta. Sempre senti.
— Você é um idiota, um covarde...
— Eu...
— Espera, eu não terminei. Tenho guardado tantas coisas; sido compreensiva, paciente... E o que recebo em troca? Sim, a sensação de ter pessoas pisando e passando por cima de mim! Sabe, eu fico me perguntando o que passa pela sua cabeça. Qual o seu problema?
— Eu não sei. Estou confuso. 
— Confuso? Não minta. Você não está confuso, está com medo. Nada além disso. E é um covarde por fugir do próprio medo. Já percebeu que na sua vida, no seu presente, há sempre a necessidade de um passado envolvido? Você se prende às coisas, coisas que só lhe causam mal, apenas por ter medo de se entregar ao agora, e viver o momento. Desculpe, mas é essa a verdade. Você não fala o que sente, não sente o que fala. Você está perdido. E está fugindo de si. 
Não conseguia acreditar em minhas próprias palavras. Duras, mas necessárias. E antes que ele pudesse responder, continuei:
— E a verdade é que você é apenas um garotinho que precisa de um colo e compreensão. Pode fugir em seu carro, dirigir quilômetros, mas sempre voltará procurando o que lhe falta. Procurando uma porta aberta. Procurando alguém que esteja esperando, e o ame. Talvez, toda a autossuficiência que imaginava ter, fosse apenas uma ilusão que criou para si; No intuito de não depender de uma companhia. Mas você precisa, sabe que precisa. Todos precisamos, somos humanos. 
Pausei, respirei, fechei meus olhos, e me aproximei dele com um confortante abraço. Naquele momento eu não era a moça miúda que sou, deixando com que ele fosse envolvido por meus braços, e ali ficasse por alguns instantes.
— E sabe o que é mais engraçado? — Resolvi seguir com minhas palavras, mesmo com aquele grande homem encolhido perto de meu corpo. Sempre pensei que era eu que precisava de ajuda, de você. Que necessitava ser salva... E hoje, é estranho concluir que tenho aqui em meus braços, uma princesa indefesa, escondida atrás de muito gelo e números, que só deseja que seu príncipe a salve. Fui tão egoísta que nunca percebi o quanto você precisava de mim. 
Então, ele se afasta e olha diretamente em meus olhos.
E é exatamente por isso que estou aqui hoje. Foi minha maneira de respondê-lo. Mas não vim ser seu príncipe, não quero ser. Sinto muito, mas estou aqui apenas como uma fada madrinha. Ou seja, o encanto não durará muito tempo. — Estendo minha mão em sinal de convite.
Minha pele queima em fogo quando ele, correspondendo, aproxima sua mão da minha. Naturalmente, rimos por alguns segundos como duas crianças que descobriram uma nova brincadeira. E, surpreendentemente, após tanto tempo calado, ele diz:
— E por onde começo?
— Que tal correndo atrás do que você realmente quer?


When someone said count your blessings now, 
'fore they're long gone 
I guess I just didn't know how, 
I was all wrong 
They knew better, Still you said forever 
And ever, Who knew

segunda-feira, 22 de abril de 2013


O mais assustador não era a possível rejeição, o afeto incontrolável ou a saudade inexplicável. O que me deixava noites em claro, foi a maneira com que o sentimento se instalou - em mim. Não o convidei, desejei, ou o vi. Quando percebi, já estava lá. Tão forte, belo, puro e sincero.
Não será isso então, aquilo o que denominam “amar”? Esse sentimento surpreendente, que chega sem ser convidado, e passa pela porta de entrada, despercebido? É um grande mistério, tornando tudo mais excitante.
Minha única certeza é que o amo. Não como um amigo, um namorado ou um familiar. Não porque ele é belo ou porque quando ele se aproxima meu coração palpita. Simplesmente sinto. Sem objeções, detalhes ou dúvidas. Sem posse ou rótulos. O amo porque o amo. E não precisei de convivência ou tato para isso. Só... Aconteceu!

- Laura *

*Personagem fictícia de uma história 
na qual tenho trabalhado.

quarta-feira, 17 de abril de 2013

















A saudade mais bela e sincera é aquela que, 
quando sentida, traz consigo sorrisos e conforto.