sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Já perceberam que nosso coração sempre escolhe quem mais o faz sofrer? Necessitamos dessa dúvida, desse perigo, dessa emoção. Ninguém quer um amor tranquilo, com gostinho de "estar em casa". Todos querem cicatrizes - parece que é uma forma de lembrar que somos humanos, que o mundo sempre irá nos enganar -. Como se assim, estivéssemos preparados para as surpresas da vida; usando um tipo de armadura contra a "traiçoeira" felicidade.

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Aceitar e ser, não aceitar ou ser.

Cada pessoa administra seus próprios ideais. A divergência de ideias, muitas vezes, enlouquece alguns. É difícil aceitar o rosa, quando você sempre usou azul.
Os seres humanos matam uns aos outros, na tentativa de provar o que é certo. Mas o certo não existe. O que existe são milhares de pessoas, lutando para manter seus valores. Corajosos que não têm medo de demonstrar o que pensam. Que lutam pelo que acreditam, independente das consequências. Que vencem os próprios limites para compreender o próximo. 
Ser você mesmo, é um dever. Mas permitir que o outro faça isso, é uma dádiva, que apenas algumas pessoas possuem.

sábado, 2 de novembro de 2013

Derrotada.

Há momentos em que perco a batalha, e ele destrói cada parte de meu corpo. Faz com que eu sinta toda a dor. Arrasta o que resta de mim para a escuridão, alimentando-se de todo sinal de alegria que encontra. Deixando-me com lágrimas, desesperadas. Sem motivo, sem direção. Procurar ajuda, é como correr em labirintos tomados pela neblina. Não há saída, apenas a esperança de que algum dia, tudo se encaixe novamente.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Aos amigos.

Sou esquisita, gosto de analisar e refletir sobre meus iguais. Admiro alguns, sinto pena de outros, mas estou sempre lá, observando. Há os que andam em grupos, há os solitários; há os que se diferenciam pela aparência, e outros que é necessário olhar mais fundo para perceber certos detalhes; mas todos se unem por um só desejo: ter alguém para chamar de amigo. Ninguém quer passar a vida sozinho. Até mesmo eu, que gosto da "companhia" da solidão, a temo. Somos humanos, temos a necessidade de interagir com outros iguais a nós. Queremos confiança, segurança e afeto.

Muitos dicionários definem amizade como "sentimento afetuoso entre pessoas". Já eu, tenho outro tipo de definição. Há afeto, óbvio, mas após 17 anos de experiência - muitos consideram pouco tempo, "apenas mais uma adolescente que acha que sabe sobre a vida". Mas pode ser muito, se soubermos como aproveitar - creio que um amigo vá muito além disso. 

Amizade é ser mais do que você pode. É abrir mão dos próprios caprichos. É não desistir da outra pessoa. É dar valor às boas ações, e não aos pequenos erros cometidos. É lembrar que vocês estão perto, mesmo longe. É poder ser você mesmo, sem medo. É tropeçar, cair, e ter alguém para lhe estender a mão e ajudar.

Por mais que muitos me assustem, sei que existem pessoas especiais na minha vida. Com seus defeitos, qualidades, manias e clichês, eles nunca me deixaram só. Entenderam meus problemas e escolhas, xingaram quando necessário, confiaram em mim durante longos abraços, mas acima de tudo, não permitiram que eu sucumbisse, mesmo quando os mandava para longe. 

É por eles que quis escrever sobre isso, é sobre eles que estou falando. Os verdadeiros, que se esforçaram para entender, mesmo quando tudo foi além de sua compreensão

Esqueçam o que lhes foi dito sobre "contar amigos em uma mão", esqueçam o clichê de conhecer bem alguém antes de confiar, pois ninguém é perfeito, e muito menos de pedra. Somos humanos, somos feitos de ações. E a amizade, para mim, é isso: ações que se eternizam.

sábado, 28 de setembro de 2013

A forte tempestade.

A vida é um labirinto. Os caminhos são divergentes, e as curvas infinitas. Você deve estar preparado, sempre, para as dificuldades e surpresas que a busca pela saída trará. 
Ninguém está ileso da dor. Acontece como uma grande tempestade, chega discreta como a chuva fina, esperando o momento para "cair" o mundo. É forte, persistente e demorada; e, às vezes, faz com que as pessoas esqueçam a fé interior, a força de vontade e a esperança de um dia de sol. 
Não a deixe vencer; lute, com todas as suas forças, até as que acredita não ter. Afinal, tudo isso é um teste, um teste que o grande labirinto prega em você, um teste que lhe levará aos extremos. Nunca entendi o real motivo disso, e se há algum. Infelizmente, os danos são inevitáveis, mas sei que devemos colocar a capa, pegar o guarda-chuva, e enfrentá-la.
Um dia a tempestade passa. Suas cicatrizes permanecem, mas suas maravilhas também. Um simples jogo de cores, que é capaz de curar e trazer esperança; uma mágica dos céus, que faz com que ninguém esqueça da beleza das simplicidades; um arco-íris interno, que eterniza quem amamos em nossos corações.

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Conheçam a minha insanidade.

Já assisti a este filme inúmeras vezes. A sensação é sempre a mesma: dolorosa, atordoante. O medo e o desespero, fazem com que eu queira interromper tudo, mas tenho de ser forte; talvez não por mim, mas por todos aqueles que me dedicam a palavra "amor". 
São em momentos como o de agora que a palavra "amor" é muito questionada em minhas relações. O pânico do próximo e a dúvida de quem são os verdadeiros, assombram meus dias. Na realidade, inúmeras coisas aterrorizam minha mente, que já vive além dos limites de insanidade para alguém da minha idade - para qualquer ser humano. 
Julgar é fácil. Quem está fora, não entende o conflito que acontece dentro de mim. Corpo, alma e cérebro, perdidos, sem rumo, sem esperança. A vontade não é o bastante, talvez eu não a tenha suficientemente para escalar a árdua montanha. 
Também não sei a razão de estar aqui, neste momento, jogando palavras vazias, na consciência de que não resolverá nada. Mas há muitas pessoas pedindo por posts, "notícias de vida"; e é por elas que escrevo isso. E, acho que, por mim. Espero que vocês entendam minha ausência, e talvez, até mesmo, meus motivos. 
Hoje, imploro pela compreensão, e sei que é jogar sujo, mas sempre escrevo tentando ajudá-los, e no momento sou eu que preciso de ajuda. Necessito de um tempo ausente, para refletir. E, honestamente, não quero incomodá-los com meus dramas, não é justo com ninguém. Estas crises fazem parte de quem eu sou, e digamos que me acostumei a conviver com elas. Nunca as exterminei por completo, apenas dou um jeito de adormecê-las com a ajuda da medicina e da força de vontade. 
Desculpem por tal desabafo, mas acho que era necessário. Muitas pessoas costumam olhar para mim e imaginar uma "boneca de porcelana, anti-social, que vive em seu mundinho perfeito"; Quem dera que a imaginação dos fofoqueiros fosse a minha realidade. 
Ao mesmo tempo, sei que tudo o que vivo é parte do grande desafio que minha personalidade enfrenta. Não abriria mão de minha bondade, compreensão e sensibilidade para ter uma vida mais fácil. Se, como dizem os espíritas, escolhemos nossa vida antes de nascer, deve ter uma razão para tal insanidade. E se enfrento tudo para ser suficiente e ajudar o próximo, estou pronta para lutar com todas as minhas forças. 

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Seguindo o roteiro

Pouco a pouco, tudo volta ao seu devido lugar. As rotas tomam seu destino, os ventos sopram na direção correta, a multidão se organiza e os sons tocam com harmonia. 
Após tantos extremos, mudanças e sustos, é justo que as coisas voltem a ser como eram antes. Talvez, já fosse algo esperado, inevitável; e era. Afinal, o que é pra ser, será. É como se a vida viesse escrita, e nós apenas seguimos o roteiro. O desconhecido assustou, machucou, mas ensinou. Por um tempo, foi bom ter novas experiências, mas nada se compara a sensação de voltar pra casa. 
Honestamente, não sei se isso é bom ou ruim. Quero dizer, mudanças fazem parte da vida, é necessário seguir em frente, crescer em espirito. Voltar ao começo, então, não significa uma regressão? Talvez. Mas, onde há mudança, sempre haverá mudanças.

...

Um raio não cairá duas vezes no mesmo lugar, e não temos a chance de voltar atrás após uma escolha. Porém, existe algo chamado "lembrança" - saudade. Há a esperança, e chance, de sentir tudo mais uma vez. E há também, a vontade de desapegar do passado, das dores e dos erros; a vontade de seguir em frente, recomeçar. 
Se esquecer é bom? Não sei. A verdade é que pouco sei desta vida. Pouco sabemos! Penso que não deveria haver uma ordem para as coisas, uma lei à direção a qual seguir. Mas se há, lamento informar, não costumo seguir os padrões.

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Obra da relação.

Desde pequena tenho grande interesse no amor. Gosto de observar tudo e todos, admirando os casais apaixonados. Filmes, músicas e livros, inspiram-me à crença  no sentimento. 
Admito que, por mais distante de alguns casais, não escondo a tristeza ao ver desavenças. Sei que é normal, até porque as pessoas são bem diferentes. Mas, detesto a parte do relacionamento em que você sofre. 
Antigamente, acreditava que uma briga significava o fim, e então, cresci e conheci o mundo com meus próprios olhos. Nem tudo é um conto de fadas. As pessoas brigam, se reconciliam e trocam mágoas. E tudo isso faz parte de uma mistura de convivência com sentimento. 
Porém, um relacionamento deixa de ser vantajoso no momento em que você sofre mais do que comemora. As vezes o amor não é o suficiente. É necessário compreensão, paciência e companheirismo. Quando os três itens deixam de ser prioridade, lágrimas tomam o lugar dos sorrisos. 
Este é o momento em que o individuo mais apaixonado - sempre há o que se entrega mais -, desesperado, passa a tentar recuperar o relacionamento. Iniciando-se as famosas "DR's"; muitas vezes, deixando a situação pior da qual já se encontra. 
Creio que o diálogo é saudável em uma relação, mas deve ser praticado diariamente. É impossível um casal que nunca teve abertura, querer resolver e falar dos problemas na esperança de que tudo ficará bem. Um relacionamento é como um edifício. Só será belo se for construído aos poucos, tijolo por tijolo. Caso contrário, fica uma bagunça e desmorona. 

domingo, 5 de maio de 2013

Sacrificada.


E por mais que aquilo a matasse, permanecera ali. Pois o sentimento por ele era maior do que qualquer sofrimento.

Deveria ser assim. Um ao lado do outro. Do início ao fim. 

sábado, 4 de maio de 2013

Como eles dançam.

É saudável se afastar e ficar de fora. Sentar um pouco e ver como está a dança. Se a coreografia é bela ou não. Se está correta, em sincronia. Pois de dentro, nada se percebe. É preciso ser o espectador para julgar se fostes um bom dançarino. 

domingo, 28 de abril de 2013

Mãos à obra


Recomeçar na vida é como arrumar o quarto. Você precisa ter calma, paciência e tempo. Parece difícil, mas não é. Talvez, complicado será dizer adeus a alguns objetos; aqueles que você não usa mais, mas faz questão de guardar. Sem perceber, eles vão ocupando espaço, deixando tudo desorganizado e esteticamente feio. Ou então, aqueles "insignificantes", que não incomodam, mas também não ajudam. - Nunca sabemos o que fazer com eles. - E é claro, há os essenciais, os quais não abrimos mão. 
Se a bagunça for grande, não será possível reorganizar tudo em um dia. Mas calma, as vezes é bom ir aos poucos, não apressar nada. É conselhável, também, observar cada detalhe do espaço. Pois é possível encontrar coisas que você nem sabia que estavam lá. Ou até, as que achou que havia perdido.

sábado, 27 de abril de 2013

Na beira do rio
A jovem sentou
Lembrou-se da vida
E nele pulou

Ó dor
Ó medo
Vão embora

Negrume que tomaste meu corpo
Afasta-te daqui
Dolentes cicatrizes
Tiradas de mim
Não houvera mais dor
Pois fora meu fim

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Felicidade


Estou correndo
Fugindo
Mas não estou em perigo
Sou abraçada
Descanso para observar
Tantos sorrisos
A praia é tão bela
O sol já se põe
Como um sonho
O paraíso

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Estávamos ali, novamente. Duas pessoas, hoje desconhecidas, que um dia compartilharam algo especial.

— Eu sinto sua falta. Sempre senti.
— Você é um idiota, um covarde...
— Eu...
— Espera, eu não terminei. Tenho guardado tantas coisas; sido compreensiva, paciente... E o que recebo em troca? Sim, a sensação de ter pessoas pisando e passando por cima de mim! Sabe, eu fico me perguntando o que passa pela sua cabeça. Qual o seu problema?
— Eu não sei. Estou confuso. 
— Confuso? Não minta. Você não está confuso, está com medo. Nada além disso. E é um covarde por fugir do próprio medo. Já percebeu que na sua vida, no seu presente, há sempre a necessidade de um passado envolvido? Você se prende às coisas, coisas que só lhe causam mal, apenas por ter medo de se entregar ao agora, e viver o momento. Desculpe, mas é essa a verdade. Você não fala o que sente, não sente o que fala. Você está perdido. E está fugindo de si. 
Não conseguia acreditar em minhas próprias palavras. Duras, mas necessárias. E antes que ele pudesse responder, continuei:
— E a verdade é que você é apenas um garotinho que precisa de um colo e compreensão. Pode fugir em seu carro, dirigir quilômetros, mas sempre voltará procurando o que lhe falta. Procurando uma porta aberta. Procurando alguém que esteja esperando, e o ame. Talvez, toda a autossuficiência que imaginava ter, fosse apenas uma ilusão que criou para si; No intuito de não depender de uma companhia. Mas você precisa, sabe que precisa. Todos precisamos, somos humanos. 
Pausei, respirei, fechei meus olhos, e me aproximei dele com um confortante abraço. Naquele momento eu não era a moça miúda que sou, deixando com que ele fosse envolvido por meus braços, e ali ficasse por alguns instantes.
— E sabe o que é mais engraçado? — Resolvi seguir com minhas palavras, mesmo com aquele grande homem encolhido perto de meu corpo. Sempre pensei que era eu que precisava de ajuda, de você. Que necessitava ser salva... E hoje, é estranho concluir que tenho aqui em meus braços, uma princesa indefesa, escondida atrás de muito gelo e números, que só deseja que seu príncipe a salve. Fui tão egoísta que nunca percebi o quanto você precisava de mim. 
Então, ele se afasta e olha diretamente em meus olhos.
E é exatamente por isso que estou aqui hoje. Foi minha maneira de respondê-lo. Mas não vim ser seu príncipe, não quero ser. Sinto muito, mas estou aqui apenas como uma fada madrinha. Ou seja, o encanto não durará muito tempo. — Estendo minha mão em sinal de convite.
Minha pele queima em fogo quando ele, correspondendo, aproxima sua mão da minha. Naturalmente, rimos por alguns segundos como duas crianças que descobriram uma nova brincadeira. E, surpreendentemente, após tanto tempo calado, ele diz:
— E por onde começo?
— Que tal correndo atrás do que você realmente quer?


When someone said count your blessings now, 
'fore they're long gone 
I guess I just didn't know how, 
I was all wrong 
They knew better, Still you said forever 
And ever, Who knew

segunda-feira, 22 de abril de 2013


O mais assustador não era a possível rejeição, o afeto incontrolável ou a saudade inexplicável. O que me deixava noites em claro, foi a maneira com que o sentimento se instalou - em mim. Não o convidei, desejei, ou o vi. Quando percebi, já estava lá. Tão forte, belo, puro e sincero.
Não será isso então, aquilo o que denominam “amar”? Esse sentimento surpreendente, que chega sem ser convidado, e passa pela porta de entrada, despercebido? É um grande mistério, tornando tudo mais excitante.
Minha única certeza é que o amo. Não como um amigo, um namorado ou um familiar. Não porque ele é belo ou porque quando ele se aproxima meu coração palpita. Simplesmente sinto. Sem objeções, detalhes ou dúvidas. Sem posse ou rótulos. O amo porque o amo. E não precisei de convivência ou tato para isso. Só... Aconteceu!

- Laura *

*Personagem fictícia de uma história 
na qual tenho trabalhado.

quarta-feira, 17 de abril de 2013

















A saudade mais bela e sincera é aquela que, 
quando sentida, traz consigo sorrisos e conforto.

sexta-feira, 29 de março de 2013

Machucada.


Não conseguia prestar atenção em nada ao meu redor. E não era porque corria. Creio que eu havia perdido a consciência, e quando a recuperei percebi que estava no chão. 
Desejei ficar ali, deitada, olhando o céu ensolarado. O dia estava lindo, na concepção geral. Mas o máximo que consegui pensar foi em "legal". Não vi graça no calor, nas cores, e nas risadas. Nem mesmo nos pássaros... E ah, como eu amava pássaros!
A verdade é que eu não sentia, simples assim. Só gostaria de ficar ali eternamente, fingindo que não existo, fingindo que sou um "nada".
Assustei-me ao ver um homem se aproximando, parecia um velho amigo. Lembro que ofereceu sua mão, e apenas me apoiei para sentar; então, ele se abaixou e posicionou-se ao meu lado. 
Observamos o vento por alguns instantes. Não o vento em si, mas as coisas que ele carrega. Imagine tudo o que é levado, sentimentos, memórias, experiências. É de se admirar tanta força.
E então, por um momento, o rosto conhecido direcionou seus olhos aos meus, e perguntou:
- Você se machucou? Precisa de algum remédio? - Percebi que ele olhava para meu joelho, que aparentemente sangrava.
- Não sei... 
- Está doendo alguma parte de seu corpo?
- Sim.
- O que? - Pensei se responderia ou não... Controlei as lágrimas, respirei fundo e respondi:
- Meu coração. 

segunda-feira, 25 de março de 2013


É fácil olhar de fora, apontar os defeitos e rir de quem está dentro. Difícil é criar coragem, entrar de cabeça e largar o egoísmo. É simples julgar o erro do outro. Complicado é ser o réu. Irônico é cair na própria armadilha. Hipocrisia é matar o assassino. Mas terrível mesmo, é saber que o covarde, o egoísta, o culpado e o hipócrita, conseguem dormir tranquilamente. 

Hector, o (in)feliz


Era uma vez um menino chamado Hector.
Hector cresceu com a ideia de que era feliz.
Mas será que de fato 
Ele era feliz?

Hector ia à escola, ao futebol e à aula de violão.
Tinha comida em casa, e muito conforto.
O que lhe faltava mesmo,
Era tempo.

Mas Hector era feliz.
Ou, deveria ser feliz.
Só o que Hector sabia,
Era que ninguém poderia ser o juiz

Hector sempre seguia o mesmo caminho,
Objetivo e rápido.
Não ouvia a senhora da esquina dar bom dia,
E nunca percebera Marina, a menina do olhar exuberante.

Certo dia, Hector descobriu que era infeliz.
Todo o patrimônio de sua família fora perdido.
E ele não tinha comida nem conforto,
Muito menos uma casa

E então conheceu Marina, uma menina curiosa.
E começou a trabalhar para Vera, uma senhora bondosa.
E passou a andar com mais calma,
E perceber cada detalhe

Era uma vez um homem chamado Hector.
Hector descobriu que não era feliz.
Mas então por quê, ele não se sentia infeliz?

terça-feira, 19 de março de 2013

Correndo contra quem você é - ou foi.

O que mais tenho notado em meu cotidiano, são pessoas exaustas. Cansadas da correria, estressadas por assumirem tantos compromissos, ou pior, deprimidas por terem enjoado da monotonia de suas rotinas.
São poucos os que acordam de bom humor. Raros, os que persistem na luz dentro de uma caverna escura. Até porquê, aparentemente, é mais fácil aceitar as leis, do que trabalhar com elas. Ninguém quer a paz interior, todos buscam "a tal felicidade". O grande problema é a definição que algumas pessoas têm sobre o que é ser feliz. 
Cada ser humano é naturalmente único, porém está difícil encontrar algum para comprovar o fato. Pois no temor de não ter um futuro melhor, as pessoas não pensam, e apenas aceitam o que seus "superiores" dizem. Falta fé e vontade de pesquisa. Por isso, muitos acreditam que felicidade é sinônimo de riqueza material, e que para encontrá-la, é necessário ir além dos próprios limites.
Admito que eu gostaria de entender a mente humana; Mesmo que a ciência tente, nunca iremos compreender ou ter certeza de certas coisas. Vejam, todos almejam a realização profissional, esgotam suas energias para obter o sucesso. - Afinal, o adulto trabalhador, um dia foi a criança que desejava ver o mundo; e por este motivo, segue sua profissão. O engraçado é que mesmo após alcançarem seus objetivos, eles não param... Querem mais, muito mais.
Sempre que vou à lugares públicos, escolho algumas pessoas para observar: A moça distraída; O senhor concentrado, mas com o olhar distante; A mãe atrapalhada com seus inúmeros filhos; O homem de negócios, com pressa e tão óbvio. Que tipo de criança será que foram? Elas se orgulhariam de quem eles são hoje? Talvez sim, talvez não. Só espero que um dia, aquele adulto trabalhador, lembre do pequeno sonhador que queria ver o mundo... E quem sabe após tal reflexão, passe a viver mais e se preocupar menos

domingo, 17 de março de 2013

Sem título, pois não há história.

Tenho o péssimo hábito de transformar cada capítulo de minha vida em uma história. Não estou falando que é errado transformar, o errado é achar que sou a protagonista.  
Já escrevi tantas vezes aqui, sobre a "nossa história", "minha história", "meu primeiro amor", sem perceber o quão estúpida fui ao viver esta utopia. Após muita reflexão, percebi que foram poucas as vezes das quais realmente tive destaque no enredo. A verdade é que eu não passei de uma mera coadjuvante, ou em alguns casos, uma figurante. Aceitar certas coisas é tão doloroso quanto ser a protagonista que sofre.
...
Eu só gostaria, por um momento, sentir o que é ter uma história de verdade. Viver uma aventura real, um romance real, com um ser humano real; Não ser a pessoa que chegou depois, a intrusa.
E o pior de tudo, é saber que o erro está em mim, e não nos outros. Talvez eu esteja destinada a algum tipo de maldição, ou ainda não é 'minha hora'. Mas é esta a questão: Quando será? Estou cansada de esperar, muito cansada.

quarta-feira, 6 de março de 2013

Céu azul


Tomava meu café da manhã quando o jornal anunciou a morte de Alexandre Magno Abrão, o Chorão. Ao ouvir a notícia, soltei um grito leve e admito que fiquei chateada. Sempre sonhei em ir em um show do Charlie Brown Jr., e iria fazer o possível para ir neste ano; porém, hoje sei que isso não acontecerá mais.
Mas não estou aqui para falar disso, e sim, para expressar minha indignação com o ser humano. Pois, o que mais tenho visto nas redes sociais, de fãs ou não, são pessoas reclamando "Agora todo mundo é fã do Chorão." Porra, o cara foi um poeta, um ídolo.  Ao invés de vocês, que se nomeiam os "verdadeiros fãs", ficarem criticando e apontando que todos são "poser's", deveriam apenas expressar sua tristeza pela morte de um grande músico brasileiro. Mas não, insensíveis, vocês só querem ganhar "atenção" em cima de uma perda. 
Não interessa se a pessoa é fã há dez anos ou há um dia. Todos sabiam quem era o Chorão, e alguma vez na vida, usufruíram de sua poesia para encontrar um caminho. Fãs ou não, ninguém deve opinar sobre o luto dos outros. Vamos apenas demonstrar nosso respeito ao músico, e desejar que - finalmente - ele tenha chegado em seus dias de glória.

Seguindo em frente com fé e atenção
Continuo na missão continuo por você e por mim
Porque quando a casa cai
Não dá pra fraquejar, quem é guerreiro tá ligado
Que guerreiro é assim
(Senhor do Tempo - Charlie Brown Jr.)

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013


Esbarramos por aí. Sorrimos. Perguntei se estava tudo bem, se ela o fazia feliz; respondeu que sim. Trocamos mais alguns olhares, e seguimos nossos próprios rumos. Foi simples assim. Ele não disse que estaria mais feliz comigo, da mesma maneira que eu não desejava ser a pessoa que o faria feliz. Esta é a vida real, nada é pra sempre. Bem, talvez aquele sentimento estranho que chamamos de amor, seja. Mas creio que eu não tenha sorte para encontrá-lo - ou tenha muita, por isso.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Ah, minha história não tem título, também!


Já estou há alguns minutos aqui, olhando para a tela do notebook. Sem pensar, sem sentir. É um vazio muito conhecido por mim. Aquele que eu tento manter distância. 
Escrevi, apaguei, reescrevi, deixei em branco. Estou há horas no mesmo circuito. Procurando respostas dentro de mim; Mas a verdade é, que não as quero. Tudo tem um limite, e sinto que já estourei o meu há muito tempo. 
Cansei de brincar com a minha vida, com os meus sentimentos. Cansei de me submeter à vícios, apenas para escalar o poço; e ao fim, tropeçar, me afogando novamente, apodrecendo no fundo. Cansei de punir a mim mesma. 
Eu só quero um pouco de paz. A paz que, outrora, evitei. A mesma paz que pensei que iria encontrar nos últimos dias, onde houveram apenas turbulências.
E agora, aqui, com meu corpo, alma e mente cansados, fecho os olhos e imagino que estou com os pés no mar... Sinto a brisa tocar meu rosto e a liberdade tomar conta do meu coração.
...
Adormeci por algumas horas, sonhei com magia e aventura. A fantasia é meu paraíso. O drama faz parte de mim. Pesadelos são sonhos. Me divirto com os altos e baixos; minha mente faz com que eu visite lugares inimagináveis. 
...
Acreditem, acordei bem. Parte de mim se reergueu. Entreguei-me aos meus medos mais profundos, e agora estou livre. Livre como sempre sonhei, e em paz. 
...
Leio muitos livros de fantasia, assisto muitos filmes também. E muitas vezes desejo que minha vida seja igual a dos personagens. O que eu nunca havia percebido, é que ela é. Bem, não exatamente. Mas nas possibilidades da realidade, tenho tudo à minha frente. Reclamo do sofrimento, mas desejei por ele. Só falta mesmo o herói, que acabará com meus problemas. E confesso: Sei onde ele está.
Nunca gostei de ser uma cópia. Acho que todos temos personalidade, e não devemos ter medo de mostrá-la e aperfeiçoá-la. Teremos influências, mas a história deve ser nossa. E a minha é assim: Para encontrar o herói, basta ir à frente de um espelho, sorrir e libertar a alma. 

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Afogada.


Pior do que não ter história; é ter e descobrir que ela fora uma grande mentira. É o mesmo que concluir que seu poema favorito foi inspirado em um sanduíche... Inevitável não se sentir um lixo, não se sentir idiota. 
Eu poderia citar inúmeros motivos para explicar a razão de tanta mentira, mas no fim das contas, chegaria sempre ao mesmo ponto: Egoísmo. Seja mentir para não magoar o próximo, ou para "salvar" alguém, nossos interesses sempre estão envolvidos. 
A verdade só tem uma face, é perigosa e valiosa; deve ser por isso que a escondemos por trás de mentiras. É mais fácil viver uma ilusão, do que encarar a realidade e crescer como humano. O engraçado é que muitos tentam mentir para si, e o irônico, é que conseguem. Por um momento, vivem o melhor dos dois mundos, mas no fim, terminam enforcados nas próprias palavras. 
Digo e repito: Melhor se molhar com a verdade, do que se afogar em um mar de mentiras. Toda a grande catástrofe floresce de um pequeno erro. E todo o pequeno erro nasce de uma mente insana, que finge viver uma linha perpendicular nas curvas do próprio ego.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013


Gosto da sensação de paz e liberdade. Do silêncio do amanhecer, do barulho do mar, do conforto de uma rede, do brilho de um luar. Não abro mão: do gostinho do chocolate, de um banho de chuva, de um abraço apertado. Preciso de um refúgio, um sinal de esperança e um sorriso de criança. Não me separo do papel&caneta, de uma boa música e de uma câmera. - Gosto de capturar os momentos; lembrar a mim mesma do importante, se um dia esquecer. - Acho que sei unir a simplicidade ao mundo moderno. Não gostaria de ter nascido no passado, ou, quem sabe, na próxima geração. Estou no tempo certo, onde deveria estar. Sou quem sou, mas não sei o que posso me tornar. Já lutei pela perfeição, hoje luto pelos pequenos detalhes. Os erros mínimos, que fazem cada um especial. A escolha entre o agito ou a tranquilidade; entre a natureza ou a área urbana; e a mais complicada de todas, a escolha entre ser ou fingir

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

She Will Be Loved

Eu poderia escrever um livro sobre a nossa história. Contar do primeiro beijo, do primeiro adeus, do primeiro coração partido. 
Um sorriso brotaria em meu rosto ao descrever a primeira vez que te vi. Como te achei estranho, e claro, por este motivo que chamaste minha atenção. Engraçado mesmo, foi quando descobri teu "nome", e como ficava nervosa cada vez que o ouvia. Queria te conhecer, descobrir o que havia por trás do teu olhar, do muro que te protegia
Lembro do dia em que conversava com um amigo, sentada na areia, e disse: "Esse homem ainda será meu". Eu mal te conhecia, sim, e tu nem imaginavas minhas intenções; mas algo dentro de mim, sentia que era hora de arriscar. Estive esperando tanto tempo por alguém igual a ti, que quando encontrei, não queria deixar escapar. 
Dou risada ao lembrar, que após o primeiro beijo, dei pulos de alegria, como uma criança feliz. Ou, quando eu me esforçava para fingir desinteresse, apenas para ver o quanto tu te importavas. Eram manias bobas, infantis, e até mesmo vergonhosas, mas é isso que um coração apaixonado faz quando está assustado. 
Dói pensar na parte da história em que começam os problemas, os meus, os teus, os nossos. O capítulo triste, onde nasceram os mal entendidos, o julgamento, o medo. Quando eu quis fugir. E tu não foste atrás. 
Talvez, a coisa mais linda que já li em toda a minha vida, foi "Tu pode fugir, mas eu estarei aqui te esperando, quando tu quiser voltar." O que não entendo é, onde eu errei? Pois ao retornar, não havia nada além de ilusões, mentiras e corações partidos. Era tarde, as rotas confusas de meu coração causaram um acidente, resultando no grande atraso. 
Sofri ao cair na realidade, ao sair do conto de fadas, do filme americano. Acho que no fundo, eu imaginava isso mesmo, uma vida utópica. Aquela em que eu encontraria alguém que abrisse mão de tudo por mim, que estivesse à minha espera. E a única coisa que consegui trazer para a vida real, foi a história da típica garota apaixonada, não correspondida, que sofre amargamente. Não haviam príncipes, nem sapos. Não haviam lágrimas. Não havia mais nada
...
Era um dia tão comum, tão inesperado, quando vieram me acordar. Quando a Luiza que sempre conheci, veio me dizer que estava na hora de levantar, de seguir. Quando ela, surpreendentemente, falou que me amava mais, que eu merecia ser feliz novamente; mas, que nada iria acontecer se eu não saísse da cama. 
...
Já quis te dar um tiro, e depois me jogar na frente. Desejei profundamente ser tua musa, aquela que tu dedicaria a música da tua vida. Não conseguia me ver com ninguém além de ti, achei que tu eras único. E foste. Porém, percebi que todos os seres humanos são.
As pessoas costumam dizer: "O fulano foi apenas um capítulo da minha vida". Sou obrigada a discordar, ao pensar em nós, em mim. Nós fomos um livro, o qual escrevemos juntos. E todo o livro tem um fim. Um capítulo final, onde são encontradas as respostas.
E é por este motivo que resolvi vir aqui hoje, e falar de nós dois. Pois, finalmente, decidi escrever o último capítulo. O último parágrafo. Aquele em que geralmente há uma frase impactante, que define uma vida. E esta é a minha: Always belonged to someone else.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013


É necessário fechar os olhos.
Calar a boca.
E até mesmo, não ouvir.

É necessário abrir o coração.
Sentir.
Obedecer a intuição. 

Andar sem rumo, sem direção.
Guiada por instintos, 
perseguida por sentimentos.

Sou como o vento, sou livre.
Também, solitária,
mas como ele, sempre por perto. 

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

7 de abril de 1996; 23 horas e 55 minutos.

O sangue era incontrolável. Vindo de meu peito, escorria por todo meu corpo. Minha visão já estava fraca, e a consciência adormecia aos poucos. Minha única certeza era que eu precisava chegar ao hospital, antes que fosse tarde. 
Aproximava-se da meia-noite, o dia iria terminar, e o prazo também. Este corpo humano, tão frágil, atrapalhava minha missão. Não entendo, após 37 anos eu já deveria estar acostumado. 
Passei pelos seguranças despercebido, mesmo fraco, meus poderes ainda funcionavam. Olhei em volta, a procura da sala de parto. 23:58, não era possível. Como eu pude permitir que uma Praga me enganasse? Eu falhei. Não fui forte o suficiente, deixei que os instintos, desejos e tentações humanas tomassem o controle. 
Desesperado, busquei ajuda, mas só encontrei um silêncio profundo. Eu Os perdi também. 
Minha esperança despertou, quando a voz de um bebê escutei. Não haveria como confundir aquela melodia... Eles pareciam anjos - quando nasciam. O que tornava a missão muito mais difícil. 
Eram 23:59. No ímpeto, esqueci a dor e o sangue, e corri depressa, como nunca havia corrido em toda a minha vida - humana -. Eles não poderiam mais me ver, mas eu os via. Percebi que não fui o único a tentar, mas esse era o meu destino. 
E então, um erro cometi. Encontrei meus olhos aos olhos daquela criança, onde vi pureza e inocência. Onde senti algo, que meu corpo humano não reconhecia. Me avisaram que seria assim, que eu deveria só ter feito, sem exitar. Mas ali estava meu passaporte para o fim... Eu perdi. Fui vencido por um olhar. E a única coisa que consegui fazer, foi adormecer todos naquela sala, e levá-la comigo.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Feels like home.


Há algo em seus olhos que faz com que eu queira quebrar o muro que me protege. Há algo em sua voz que soa como melodia para meu coração. Há algo em seu corpo, que faz com que eu queira estar próxima; sentindo seu aroma eternamente. 
Se você soubesse como minha vida tem sido solitária; O quão perdida estive, procurando respostas, desesperada por uma saída. Se você soubesse o quanto eu queria que alguém viesse, e mudasse minha vida do jeito que você fez... - Após anos lutando contra o paradigma de que o príncipe deve salvar a princesa, rendo-me ao clichê. 
Agora é possível ver que há uma luz em meio à escuridão, crescendo a cada toque. Aos poucos, as correntes do passado quebram, e consigo recuperar meus sonhos e esperanças. Neste momento, o qual tanto esperei, não há limites entre a realidade e a fantasia. 
Seus braços contornam meu corpo afastando todo o mal. Com você estou salva. Sei que sim. Ou, espero que sim. Na realidade, a única coisa da qual tenho certeza, é que há algo em você que faz com que eu me sinta em casa.

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Surpreendente.

Pensei que seria triste e doloroso, mas não. Foi engraçado, assustador e irônico. Não da maneira que desejei: olhando em teus olhos, com lágrimas escorrendo em meu rosto, aprendendo a dizer adeus. Ao contrário, eu estava longe, acompanhada e sorrindo. Após aceitar o fim, ri como uma criança, pulei, e senti uma felicidade que há muito tempo era desconhecida. 
Descobri que o problema não era nós, e sim, eu. A teimosa que não desiste, e que camufla seus problemas e verdades. 
Pode ser cedo para afirmar algo; e penso que era mais fácil quando tu existia, pois não havia perigo de outro alguém quebrar meu coração, também. Mas, se é preciso correr riscos, minha vontade só aumenta. 
A verdade é que todas as pessoas mudam com o tempo, mas há coisas em mim que nunca irão se perder. No fundo do meu coração há a paixão por desafios, por liberdade e aventura. E sim, estou pronta para a próxima rodada: Seja muito bem vinda.