domingo, 27 de abril de 2014

Feita de histórias.

As pessoas costumam dizer que suas vidas são baseadas em capítulos, e ao final, o conjunto deles formará a história. Mas eu não. Eu sou feita de histórias. Talvez seja por isso que escrevo. Para tentar contá-las ao mundo, para não permitir que se esqueça.

É natural que muitos diálogos se criem em minha mente. Alguns, consigo passar para o papel; outros, se perdem no meio de tantos pensamentos e paixões que se misturam em meu coração. Perco coisas lindas, encontro coisas horríveis, mas sempre termino no momento certo, como se o destino conspirasse para que eu me perdesse para me encontrar.

E mais uma vez, estou aqui. Deixando que as palavras falem por mim. Permitindo que a história seja contada. Mas qual será desta vez? A de uma paixão antiga? A que fala de sonhos? A que tenta encontrar um amigo? A que busca um lar? Não. Estou, até, um pouco cansada delas. Já chorei, e ri, muito quando as li, mas já fora seu tempo. Dentro de mim, há uma brasa, pronta para queimar; uma brasa que deseja mais, merece mais. E, finalmente, quando queima, sabe que não precisa ser apenas a sonhadora, ou a perdida, ou a louca, ou a apaixonada, ou, até mesmo, a rejeitada. É esta chama que faz a história crescer, a história lutar, a história se formar.

Histórias são quem eu sou. Cresci ouvindo-as, mesmo não minhas, as vivi também. É através delas que pude conhecer o mundo, sem sair de casa. É através delas que entendi o significado de viver. É por almejá-las que conheci o amor. E é a história dele que tento escrever hoje. Não percebem? Ele está aqui, aí, em todo o lugar. Não importa se é minha, tua, ou nossa história, ele estará presente. Pois, se lembro bem, sua aparência é calorosa, quente, e empolgante, como, como... Como uma chama.

terça-feira, 15 de abril de 2014

Você não vê?

E cá estou, mais uma vez, escrevendo sobre nós. Melhor: sobre mim e sobre você, pois "nós" não existe mais, e há momentos em que penso que nunca existiu.
Sempre fui eu, e sempre será. A primeira, ou única, a se apaixonar; que permaneceu onde está, esperançosa, com o sorriso partido, o coração adormecido; que priorizou, mas não foi priorizada; a segunda opção. 
...
Não tenho o poder, e nem o direito, de mudar algo. Não quanto a isso. Tenho mesmo é que assistir, aceitar, e sorrir. E é o que faço, mesmo que a dúvida atormente minhas noites, mesmo que a falta do ponto final machuque a cada tentativa de cicatrização. Apenas tentativas.
Meu coração anseia por respostas, mas o vazio é a única coisa que recebo. E mesmo com o novo tornando-se presente, você insiste em permanecer. Mesmo com o passado para trás, você segue acompanhando meus passos. Você, ou a história mal resolvida?
Conforta-me saber que se o ponto final não depende só de mim, talvez eu não tenha escrito tudo sozinha. Talvez, por menor que seja, um pedaço de você tenha se dedicado em algum momento; afinal, você era o meu desafio, e uma cópia. Em toda a minha vida, nunca vira uma pessoa com uma casquinha de gelo tão forte quanto a que me protege, e serei eternamente grata por ter tido a chance de rachá-la, ao menos. 
...
Gostaria de te fazer feliz, mas não posso, e quando tive a chance, a desperdicei. É tão clichê, mas você foi a pessoa certa, na hora errada. Uma hora que eu gostaria de esquecer. Talvez, eu devesse te esquecer; talvez, eu até consiga. A questão é que não quero, sou teimosa. 
...
Hoje, resolvi quebrar minha casquinha de gelo, e lhe contar a verdade "você sempre será parte de mim". Uma verdade que, possivelmente, me liberte. É por este motivo que vivo, para ser livre. Livre para dançar, sorrir, conhecer pessoas, lugares, ideias, gritar ao mundo que eu quero ser feliz, que eu mereço ser feliz, com você ou sem você! 

quinta-feira, 3 de abril de 2014

Goodbye.

Gosto de perceber as artimanhas do destino, mesmo após algum tempo. É engraçado o fato de que uma música, uma pessoa, ou até mesmo um acidente, possam fazer com que notemos isso. E agora, mais do que nunca, ao som de We Are Young, tive a certeza de que certas coisas devem ficar para trás.

Em 2011, mudei de cidade. E o inferno pra mim havia começado. Não nego que foram 3 anos terríveis, de altos e baixos, de chegar ao fundo do poço. Só quem já esteve lá, entende o que senti. Lembro que na época, eu tinha um iPod, que costumava usar de hd externo. Lá, reuniam-se todas as minhas memórias, fotos, vídeos. Tudo da minha antiga vida, e parte daquela nova. Certo dia, sem mais nem menos, o hd queimou. Não haviam explicações, apenas minhas lágrimas por perder coisas que eu não gostaria de ter perdido.

Segui salvando as coisas no meu notebook. Fotos, vídeos, documentários, montagens, textos, "livros", memórias. Há mais ou menos um mês, me mudei novamente, mas desta vez, por escolha própria, para viver a minha vida. Na semana anterior à mudança, o disco rígido do notebook queimou. Imaginem mais algumas - milhares - de lágrimas. Raiva, ódio, arrependimento. Afinal, palavras soltas estavam ali, coisas importantes que eu não queria perder. 
...

Eu gostava, e ainda gosto, de fazer edição de vídeos. E certa vez, reuni memórias em um vídeo, onde continha a música We Are Young. Memórias que, talvez, tenham sido uma das maiores decepções da minha vida. E hoje, ao ouvir a música, percebi o quanto desgraças vêm para o bem. E o quão significa para mim, esta besteira que pode aparentar para vocês. 

Os 3 anos que vivi no desespero, me tornaram alguém melhor. Continuo a mesma, mas não sou mais a mesma. Como disseram alguns amigos que reencontrei "tu cresceu, mas tua essência não mudou". E por mais idiota que pareça, ouvir We Are Young hoje, me fez perceber isso. É hora de deixar aquele passado para trás; queimar cada coisa que dói, por mais que doa ainda mais vê-las queimando; deixar que se vá, para estar com memória limpa aos novos arquivos. E não importa quantos notebooks e hd's eu perca, sempre terei a mim, isso basta.