segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

The real problem

Ouvi dizer que o silêncio é mais seguro. Costumo acreditar nisso de vez em quando. Mas ah, que vontade de matar quem me ensinou esta mentira. Pois é ali, onde não há barulho, que meus medos e anomalias se fortalecem. É mais fácil escondê-los no meio da multidão, onde há tantas vozes, máscaras e prioridades fúteis. Entregar-se a elas, e superficialmente estar bem; simples. Sorrir e estar bonita, é o que basta para alcançar a felicidade. 
Não sinta, e se for sentir, sinta algo que não seja real. Seja quem os outros querem que você seja. Mantenha postura, mantenha um sorriso, mantenha a aparência. Para ser aceito, basta agradar a todos e ser perfeito. Respeite as regras, e tudo estará bem. Esconda tudo o que pode vir de seu coração. Não deixe que eles vejam. Não esqueça de chamá-los de amigos. 
São tantas vozes dizendo o que fazer. Perdida e sem saber qual direção seguir, gasto minhas últimas forças em um grito mudo. Algo carrega o que resta de mim ao silêncio, e é ali que as lágrimas escorrem, que os medos se concretizam, e as correntes se fixam. Por um momento, estou em segurança. Um curto momento, pois logo os pesadelos retornam. 
Louca. Covarde. Fraca. Perdida... 
Elas não param. 
Solitária. Burra. Idiota... 
Já chega! 
Coloquei tudo a perder, mais uma vez. Este círculo que tomou minha vida, insiste em manter-me no abismo; tem de haver uma saída, tem de haver alguma esperança. Mas ao olhar-me no espelho, percebo que temo até a isso. A verdade dói, mas traz uma resposta: o problema sou eu, e sempre será.

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