domingo, 24 de julho de 2011

Um nada

Era noite, chovia. Bruna procurava seu par de Melissa para usar na festa que teria mais tarde. Pensou em como era distraída, que vivia perdendo o que lhe era importante.
Já era quase uma da manhã, e suas amigas reclamavam de seu atraso. A verdade é que Bruna gostara de perder os sapatos, afinal, não estava com tanta vontade de comparecer à festa.
Iria encontrar um antigo namorado, que lhe fizera mal. Nervosa, triste, culpada, confusa. Seria a primeira vez, após o termino da relação, que ela o veria. E os sentimentos ainda a incomodavam.
Saiu apressada, antes que sua melhor amiga, Raquel, lhe cortasse a cabeça. Enquanto as meninas divertiam-se na limusine, Bruna estava distante, com medo. E chegando à festa, nada foi diferente.
Entre tantas pessoas, tanta batida, ela o vira. Um menino lindo, olhos azuis, cabelos louros e uma pele levemente morena. O menino que mais gostara estava ali, e o que a mais magoara também.
Bobo, como sempre, John aproximou-se dela. E a seduziu. O que de fato, era óbvio. Rendeu-se aos encantos do menino, e permitiu que ele a beijasse. 
Os próximos sentidos foram rápidos e chocantes: Bruna quando tocou seus lábios aos do menino, nada sentiu. Percebeu o quão estava sendo burra, e que deveria ser forte. O empurrou, e saiu correndo. Atordoada, não sabia para onde ir. Ainda o amava, mas nada sentira, pois a mágoa dominou seu corpo.
A desilusão amorosa a fez pensar que nunca teria alguém. E foi quando ela tropeçou, caiu e percebeu: Que as quedas nesta vida são necessárias. Que os erros são fatais e importantes. E que devemos levantar cada vez que cairmos, seguindo em frente. Bruna não precisava de homem algum para lhe "salvar" desta dor, ou fazê-la feliz. Ela precisava de algo maior, sua luz interior. Sua paixão pela vida e o mundo. Seu sorriso, suas lágrimas, seu VIVER.

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