terça-feira, 9 de março de 2010

A fome obscura de um mundo cruel.

A cada passo que dou por estas ruas, é mais um passo que dou para minha infelicidade. Estamos em época de fome, fome que vai destruindo cada ser humano pouco a pouco. É uma fome diferente, algo que nenhum de nós nunca viu. Algo que os cientistas, algum tempo atrás, chamariam de impossível. Hoje, nem eles tem consciência para saber o que é isso.

O que começou com uma simples brincadeira, hoje é mais que um fato. O amor foi esquecido, o amor, que todos tinham direito de ter. Todos tiveram a chance de ter o tudo, poucos aceitaram, e desses poucos, a minoria sobreviveu. Guerras, dor, ódio, raiva, medo... É assustador, ainda mais quando vemos que nós mesmos estamos causando isso. Não soubemos aproveitar o que ganhamos, e hoje, vivemos de um futuro incerto. Poucos que sobreviveram, mas ainda acredito que correr atrás do amor pode valer a pena, ainda acredito em uma esperança, mesmo que ela cause minha própria morte.

Pessoas correndo desesperadas por aí, outras matando, é algo tão comum ver neste planeta hoje. Sinto medo, é verdade. Mas talvez um dia, isso se resolva. Tudo tem um sentido, e se isso está acontecendo, motivo tem. Acho que merecemos, depois de tudo que causamos. Merecemos sentir na própria pele. Ou talvez não... Pois o ser humano é tão misterioso... Enquanto alguns se transformam em cruéis criaturas, que matam sem piedade, outros, não destruiriam nem um ser sem vida. É confuso, e ao mesmo tempo, incerto. Não sabemos o que fazer, quem salvar, e muitas vezes tomados pelo medo e pela fome, acabamos só pensando em nós mesmos.

Todos querem matar esta fome, mas poucos estão conseguindo. Muitos já se renderam a ela, e infelizmente, nenhum suprimento pode destruí-la agora. O que nos resta, é esperar o fim. E a mim, continuar esta caminhada nesse deserto, atrás do amor.

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